segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Arlindo Cruz - Batuques e Romances | 18 nov 23h | Chevrolet Hall


Arlindo Cruz é uma máquina. Quando não está comandando um pagode, está em casa compondo mais um hit. E já podia ter parado, pois são mais de 550 músicas!

Ele leva o samba para todo o Brasil com seus shows. Na telinha, lançou a programação da Globo, esquentou as tardes de domingo com Regina Casé e até animou insensatos corações na novela. Arlindo Cruz elevou o samba a um outro patamar. Carinhosamente colocou-o num altar para que todos o reverenciem.

Cadência, vigor e alegria nos batuques. Leveza, lirismo e sofisticação nos romances. Palavras que caem tão bem em sua obra quanto sua tradicional túnica sem gola. Ou como as cores verde e branco na sua vida. O Império Serrano está tatuado na alma do sambista.

Batuques e Romances traz belas surpresas. O humor está presente, entre outras faixas, em "Bancando o Durão", "O Sargento" e "Cleptomaria". É um malandro que finge não chorar, um esperto trabalhador tentando evitar o prejuízo numa dura da polícia e uma Maria que passa os cinco no que pode e acaba vendo o sol nascer quadrado. Em "Citações", Arlindo percorre livros e canções pra falar de forma divertida do seu amor.

É o próprio Arlindo quem diz "quando falo de amor, falo de amor de verdade". E não está de caô. A sensibilidade corre na esfera da sua caneta. O banjo chora sabendo que mesmo se o poeta "morrer de amor, ele (o amor) não chega ao fim". Mas lembra à ingrata que "se ela fecha a janela, outras lhe abrem a porta..." Meu Poeta, Por Favor, chama o Zeca Pagodinho, seu cumpadi e parceiro, pra cantar essa contigo!

O sambista perfeito cantou sua paixão por Madureira. Agora passeia "Pelo Litoral" e declara com orgulho "Sou Favela". E nunca está sozinho. Arlindo se reúne com os amigos para criar. O povo vai se revezando no seu quintal e os sambas vão saindo regados a muita cerveja. Uma hora é o Zeca, outra noite é Almir Guineto. Maurição, Rogê, Fred Camacho, Sombrinha... até mesmo eu e meu amigo Mu Chebabi batemos ponto ali. O prazer das parcerias pode ser saboreado por quem põe o cd para tocar. E vai perceber também que o samba está no sangue da família, ao ouvir as contribuições do mano Acyr Marques ou do herdeiro Arlindo Neto. Não podemos - e não queremos - esquecer que este é o primeiro cd que Arlindo faz sem a ajuda do saudoso Franco Lattari.

A cuidadosa produção traz a marca de Leandro Sapucahy, junto com o dono da bola. Na percussão e nas cordas, o time da pesada que sempre acompanha o poeta.

Batuques e Romances está chegando pra levantar poeira, tirar gargalhadas e amansar corações perdidos. Não é Bombril, mas tem mil e uma utilidades. Quem gostar pode fazer barulho! E quem não gostar que procure um médico: tá ruim da cabeça e doente do pé.

A abertura do show fica por conta de Arlindo Neto e Banda.

Fonte: www.chevrolethall.com.br

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