PAGODE JAZZ SARDINHA’S CLUB faz show em Belo Horizonte
Lançamento do CD Cidade Mestiça, no Teatro Alterosa, dia 31 de agosto
Está de volta ao disco o time mais inusitado da música instrumental carioca. O Pagode Jazz Sardinha’s Club lança seu terceiro CD, “Cidade Mestiça”, pela Biscoito Fino e avisa: o negócio é misturar! Formado em 1997, o PJSC mantém sua formação inicial praticamente intocada e segue sem desvios seu rumo de integrar diversos gêneros musicais sob o guarda-chuva dos arranjos de qualidade. Assim, samba, jazz, choro, bossa-nova, até o funk dão o ar de sua graça em um clima descontraído, onde o apuro das interpretações não veste o uniforme do formalismo.
A escalação segue à risca o manual do “futebol se joga é para ganhar”: Rodrigo Lessa (bandolim e bandarra), Roberto Marques (trombone), Bernardo Bosisio (violão e guitarra), Xande Figueiredo (bateria), Marcos Esguleba (percussão), Eduardo Neves (saxofone e flauta) e Edson Menezes (baixo). E o que mantém o grupo unido nestes 14 anos é a paixão pela música, pela linguagem que o grupo criou.
O Sardinha´s começou a montar o repertório de “Cidade Mestiça”, em shows no Brasil e no exterior, a partir de seu set list, mas o foco era – como sempre foi – exaltar a mestiçagem como valor maior da cultura brasileira. A partir daí, com muito humor, a individualidade e o valor de cada músico se integram de maneira completa.
Como não podia deixar de ser em terra de tantas belezas naturais, o PJSC escolheu as mulheres para saudar a mistureba étnica que faz a delícia dos olhos para todo mundo em cinco faixas. “Índia”(J.A.Flores/M.O. Guerreiros)/”Branca”(Zequinha de Abreu/Duque Abramonte); “Morena do Mar”(Dorival Caymmi); “Olha a Pretinha” (Eduardo Neves/Rodrigo Lessa); “Lola Crioula” (Geraldo Babão/Roberto Mendes) e “Criola” (Rodrigo Lessa/Eduardo Neves) saúdam o panteão feminino brasileiro e pedem passagem para mais oito faixas.
Sob a égide de Paulo Moura, a quem o disco é dedicado, o grupo relembra com saudade que foi o maestro e saxofonista quem rompeu os limites de uma música instrumental que estava muito segmentada – foi ele quem tirou a gravata do choro, construindo uma ponte entre linguagens que pouco se comunicavam.
“À Queima Roupa” (Eduardo Neves/Rodrigo Lessa), “Praia do Pinto” (Eduardo Neves/Rodrigo Lessa/Luis Louchard), “El Suinguer” (Rodrigo Lessa), “Salsixe” (Roberto Marques/Rodrigo Lessa) e “Pedra Verde” (Roberto Marques) formam uma sequência precisa e bem articulada que dão oportunidade a todos os músicos de mostrarem as suas qualidades que os fazem serem requisitados para tocar com os mais importantes músicos da nossa música popular. “Na Glória” (Ary Santos/Raul de Barros), “Machucando o Jiló (Geraldo Babão) e “Baixo Ventre (Eduardo Neves/Rodrigo Lessa) completam a grande farra musical. A faixa "Mastigando o Jiló" é o verdadeiro manual da mestiçagem, como bem explicita sua letra: "O Samba é de fato de legal, porque não tem o tal do preconceito, o preto pode sambar à vontade, e o branco também tem o seu direito...".
É interessante notar que a diversidade musical do grupo se dá até nos arranjos, que são assinados por cinco de seus músicos: Rodrigo Lessa, Eduardo Neves, Roberto Marques, Bernardo Bosisio e Marcos Esguleba (que estreia como cantor nas duas faixas assinadas por Geraldo Babão).
Quatorze anos depois da criação do Sardinha’s, e seguindo os passos do mestre Paulo Moura (até mesmo o conceito de “mestiçagem” de Ary Barroso só que decididamente atualizado), o CD “Cidade Mestiça” garante: é a boa mistura que dá caldo, sabor e tempero à nossa música.
SERVIÇO
Local: Teatro Alterosa
Endereço: Av. Assis Chateaubriand, 499 - Floresta
Data: 31 de agosto – quarta-feira
Horário: 21h
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Informações: 31 3237.6611
Lei de Incentivo a Cultura
Produção Local: Veredas Produções
Realização: Caja Arquitetura Cultural
Ministério da Cultura – Brasil – País Rico é País sem pobreza.
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